
O sucesso do eVTOL não depende apenas de ser elétrico ou vertical. Ele depende da certificação de um sistema sem precedentes, que combina modos de voo distintos, múltiplos motores elétricos sincronizados, baterias de alta densidade e operação urbana complexa. Além disso, a certificação precisa avaliar simultaneamente a aeronave, as pessoas e a infraestrutura. Se uma dessas camadas não evoluir, o eVTOL não escala com segurança até 2027.
À primeira vista, o eVTOL parece apenas um helicóptero elétrico mais moderno.
No entanto, essa leitura simplifica demais o problema.

Desde o início, o eVTOL representa uma ruptura completa com os modelos clássicos de certificação aeronáutica. E isso acontece porque ele não é apenas uma aeronave.
Na prática, ele é um sistema sociotécnico integrado, operando em ambiente urbano.
Dica: neste vídeo, aprofundamos sobre os desafios de certificar o eVTOL.
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Nesse sentido, em termos técnicos, um eVTOL (electric Vertical Takeoff and Landing) não pertence a nenhuma categoria clássica da aviação. Ele não é avião. Ele não é helicóptero.
E também não é apenas um drone em escala maior.
Contudo, o eVTOL combina, em uma única plataforma:
Por isso, não existe precedente direto na aviação certificada.
Historicamente, a certificação aeronáutica foi construída sobre categorias bem definidas.
Ou a aeronave é um avião, ou é um helicóptero. Entretanto, o eVTOL muda de natureza durante o voo.
O problema central: mudança de modo de voo
Em seguida, durante uma única missão, um eVTOL:
Isto é, cada uma dessas fases impõe cargas, falhas e riscos completamente diferentes.
Certificar um eVTOL significa provar que essa transição acontece com segurança. Além disso, o eVTOL exige coordenação elétrica sem precedentes.
Bem como, outro ponto crítico e muitas vezes subestimado, é a coordenação dos motores elétricos.
Diferente de aeronaves tradicionais:
Isso exige:
Em resumo, o controle de voo deixa de ser apenas aerodinâmico e passa a ser computacional.
Além da propulsão distribuída, o eVTOL depende de baterias de alta densidade energética. Isso introduz riscos novos para a certificação. Entre eles:
Por esse motivo, autoridades exigem:
Esse tema dialoga diretamente com pesquisas da NASA em Advanced Air Mobility.
Aqui está o ponto mais importante do debate. A certificação do eVTOL não avalia apenas a aeronave. Na prática, ela avalia três camadas ao mesmo tempo.
Primeira camada: a aeronave
Naturalmente, o veículo é o primeiro elemento avaliado. Mas os critérios vão além da estrutura e da aerodinâmica.
Incluem:
Em concordância, documentos como a SC-VTOL da EASA surgiram justamente porque os regulamentos antigos não cobriam esses cenários.
Segunda camada: as pessoas que operam o eVTOL
Bem como, mesmo com altos níveis de automação, o fator humano continua central. Por isso, a certificação precisa responder perguntas novas.
Por exemplo:
Autoridades como a FAA no contexto de Advanced Air Mobility já discutem licenças híbridas e treinamentos focados em gestão de sistemas, não apenas pilotagem manual.
Terceira camada: a infraestrutura que sustenta a operação
Sem infraestrutura adequada, o eVTOL simplesmente não opera. Ademais, esse ponto é decisivo para a escala.
A certificação considera:
Além disso, cidades precisam lidar com:
Portanto, por que essas três camadas não podem evoluir separadamente?
Porque o eVTOL é um sistema acoplado.
Se apenas uma camada falhar:
Uma aeronave pronta sem operador certificado não voa. Um operador treinado sem vertiporto não decola. Uma cidade preparada sem aeronave certificada não opera.
👉É isso que torna o eVTOL o desafio tecnológico mais complexo da próxima década.
Entretanto, apesar do hype, o mercado aponta para um caminho cauteloso. Por isso, as operações iniciais tendem a ocorrer entre 2026 e 2027. Primeiro em:
Dessa forma, o transporte de passageiros vem depois, quando o sistema estiver maduro.
eVTOL é apenas um helicóptero elétrico?
Em síntese, ele combina avião, helicóptero, drone e sistemas elétricos em uma única plataforma certificável.
Qual é o maior desafio técnico do eVTOL?
Antes de mais nada, fala-se da transição segura entre modos de voo e a coordenação de múltiplos motores elétricos.
A certificação avalia só a aeronave?
Primeiramente, avalia-se aeronave, operadores e infraestrutura, simultaneamente.
eVTOL pode operar sem piloto?
Inicialmente, não. A maioria dos modelos prevê piloto ou supervisão humana.
Quando veremos eVTOLs operando em escala?
Finalmente, as primeiras operações comerciais são esperadas entre 2026 e 2027.
Em resumo, eVTOL não é apenas uma aeronave nova.Ele é um novo sistema de mobilidade aérea. Nesse sentido, seu sucesso depende da evolução simultânea de:
Tecnologia.
Pessoas.
Infraestrutura.
Dessa forma, empresas que entenderem essa lógica sistêmica sairão na frente.
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