favicon

eVTOL: por que a certificação define quem vai operar em 2027

eVTOL: por que a certificação define quem vai operar em 2027

O sucesso do eVTOL não depende apenas de ser elétrico ou vertical. Ele depende da certificação de um sistema sem precedentes, que combina modos de voo distintos, múltiplos motores elétricos sincronizados, baterias de alta densidade e operação urbana complexa. Além disso, a certificação precisa avaliar simultaneamente a aeronave, as pessoas e a infraestrutura. Se uma dessas camadas não evoluir, o eVTOL não escala com segurança até 2027.

Introdução

À primeira vista, o eVTOL parece apenas um helicóptero elétrico mais moderno.
No entanto, essa leitura simplifica demais o problema.

eVTOL: por que a certificação define quem vai operar em 2027
eVTOL: por que a certificação define quem vai operar em 2027

Desde o início, o eVTOL representa uma ruptura completa com os modelos clássicos de certificação aeronáutica. E isso acontece porque ele não é apenas uma aeronave.
Na prática, ele é um sistema sociotécnico integrado, operando em ambiente urbano.

Dica: neste vídeo, aprofundamos sobre os desafios de certificar o eVTOL.
👉 Clique aqui.

Afinal, o que é um eVTOL do ponto de vista técnico?

Nesse sentido, em termos técnicos, um eVTOL (electric Vertical Takeoff and Landing) não pertence a nenhuma categoria clássica da aviação. Ele não é avião. Ele não é helicóptero.
E também não é apenas um drone em escala maior.

Contudo, o eVTOL combina, em uma única plataforma:

  • Aerodinâmica de cruzeiro típica de aviões.
  • Sustentação vertical inspirada em helicópteros.
  • Arquitetura distribuída de motores, como drones.
  • Sistemas elétricos altamente integrados e redundantes.

Por isso, não existe precedente direto na aviação certificada.

Por que a certificação não pode seguir regras existentes?

Historicamente, a certificação aeronáutica foi construída sobre categorias bem definidas.
Ou a aeronave é um avião, ou é um helicóptero. Entretanto, o eVTOL muda de natureza durante o voo.

O problema central: mudança de modo de voo

Em seguida, durante uma única missão, um eVTOL:

  1. Decola verticalmente.
  1. Transiciona para voo horizontal.
  1. Cruza como um avião.
  1. Retorna ao modo vertical para pouso.

Isto é, cada uma dessas fases impõe cargas, falhas e riscos completamente diferentes.

Certificar um eVTOL significa provar que essa transição acontece com segurança. Além disso, o eVTOL exige coordenação elétrica sem precedentes.

Bem como, outro ponto crítico e muitas vezes subestimado, é a coordenação dos motores elétricos.

Diferente de aeronaves tradicionais:

  • Não existe um motor central dominante.
  • A sustentação depende de múltiplos atuadores distribuídos.

Isso exige: 

  • Sincronização em tempo real.
  • Controle tolerante a falhas.
  • Capacidade de reconfiguração automática após falhas parciais.

Em resumo, o controle de voo deixa de ser apenas aerodinâmico e passa a ser computacional.

eVTOL: baterias de alta densidade mudam o jogo da segurança

Além da propulsão distribuída, o eVTOL depende de baterias de alta densidade energética. Isso introduz riscos novos para a certificação. Entre eles:

  • Thermal runaway.
  • Propagação térmica.
  • Degradação acelerada ao longo dos ciclos.

Por esse motivo, autoridades exigem:

  • Monitoramento contínuo de células.
  • Estratégias de contenção térmica.
  • Provas de falha segura em cenários extremos.

Esse tema dialoga diretamente com pesquisas da NASA em Advanced Air Mobility.

Certificação é, antes de tudo, certificação de um sistema

Aqui está o ponto mais importante do debate. A certificação do eVTOL não avalia apenas a aeronave. Na prática, ela avalia três camadas ao mesmo tempo.

Primeira camada: a aeronave

Naturalmente, o veículo é o primeiro elemento avaliado. Mas os critérios vão além da estrutura e da aerodinâmica.

Incluem:

  • Transições seguras entre modos de voo.
  • Coordenação elétrica e lógica de controle.
  • Redundância computacional.
  • Operação segura em turbulência urbana.

Em concordância, documentos como a SC-VTOL da EASA surgiram justamente porque os regulamentos antigos não cobriam esses cenários.

Segunda camada: as pessoas que operam o eVTOL

Bem como, mesmo com altos níveis de automação, o fator humano continua central. Por isso, a certificação precisa responder perguntas novas.

Por exemplo:

  • Qual é o perfil mínimo do operador?
  • Ele vem do avião ou do helicóptero?
  • Que tipo de habilitação faz sentido?

Autoridades como a FAA no contexto de Advanced Air Mobility já discutem licenças híbridas e treinamentos focados em gestão de sistemas, não apenas pilotagem manual.

Terceira camada: a infraestrutura que sustenta a operação

Sem infraestrutura adequada, o eVTOL simplesmente não opera. Ademais, esse ponto é decisivo para a escala.

A certificação considera:

  • Vertiportos e suas zonas de proteção.
  • Sistemas de recarga elétrica.
  • Integração com o espaço aéreo urbano.
  • Procedimentos de emergência no solo.

Além disso, cidades precisam lidar com:

  • Ruído.
  • Aceitação pública.
  • Planejamento urbano tridimensional.

Portanto, por que essas três camadas não podem evoluir separadamente?

Porque o eVTOL é um sistema acoplado. 

Se apenas uma camada falhar:

  • O sistema inteiro deixa de ser viável.

Uma aeronave pronta sem operador certificado não voa. Um operador treinado sem vertiporto não decola. Uma cidade preparada sem aeronave certificada não opera.

👉É isso que torna o eVTOL o desafio tecnológico mais complexo da próxima década.

Quando o eVTOL começa a operar de verdade?

Entretanto, apesar do hype, o mercado aponta para um caminho cauteloso. Por isso, as operações iniciais tendem a ocorrer entre 2026 e 2027. Primeiro em:

  • Carga urbana.
  • Logística dedicada.
  • Rotas controladas.

Dessa forma, o transporte de passageiros vem depois, quando o sistema estiver maduro.

FAQ – Perguntas frequentes sobre eVTOL

eVTOL é apenas um helicóptero elétrico?

Em síntese, ele combina avião, helicóptero, drone e sistemas elétricos em uma única plataforma certificável.

Qual é o maior desafio técnico do eVTOL?

Antes de mais nada, fala-se da transição segura entre modos de voo e a coordenação de múltiplos motores elétricos.

A certificação avalia só a aeronave?

Primeiramente, avalia-se aeronave, operadores e infraestrutura, simultaneamente.

eVTOL pode operar sem piloto?

Inicialmente, não. A maioria dos modelos prevê piloto ou supervisão humana.

Quando veremos eVTOLs operando em escala?

Finalmente, as primeiras operações comerciais são esperadas entre 2026 e 2027.

Conclusão: o eVTOL não é um produto, é um sistema

Em resumo,  eVTOL não é apenas uma aeronave nova.Ele é um novo sistema de mobilidade aérea. Nesse sentido, seu sucesso depende da evolução simultânea de:

  • Tecnologia.

  • Pessoas.

  • Infraestrutura.

Dessa forma, empresas que entenderem essa lógica sistêmica sairão na frente.

Por fim, na Flytech, atuamos lado a lado com empresas, startups e instituições do setor aeroespacial, ajudando a estruturar projetos de Pesquisa & Desenvolvimento, captar recursos públicos estratégicos, como os programas da Finep, o que auxilia na redução de custos na produção de produtos. Inclusive os de eVTOL! Quer saber como podemos ajudamos a sua empresa a acelerar a inovação? Entre em contato aqui. 

Cadastre-se para receber
nossa newsletter.


    2025 © Flytech - Todos os direitos Reservados

    Privacy Overview

    This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.